Com raízes brasileiras e bolivianas, volante Robson iniciou a carreira no Brasil, mas encontrou no futebol boliviano o caminho para se firmar como promessa e chegar à seleção nacional.
Robson no sub-17 do Palmeiras — Foto: Divulgação
O confronto entre Palmeiras e Bolívar, válido pela Conmebol Libertadores nesta quinta-feira, às 19h (horário de Brasília), promete um reencontro marcante — ao menos para um dos atletas em campo. Robson Matheus, volante de 22 anos do Bolívar, carrega uma forte conexão com o clube paulista e vê esse duelo como mais do que apenas mais uma partida.
Com pai brasileiro e mãe boliviana, Robson nasceu em Santa Cruz de La Sierra, mas passou boa parte de sua formação esportiva em solo brasileiro. Ainda criança, quando vivia em São Paulo, foi aprovado em uma seletiva no Corinthians aos 10 anos. De lá, passou pela Portuguesa antes de chegar ao Palmeiras, onde permaneceu por quatro anos e teve sua vivência mais significativa no futebol brasileiro.
– A verdade é que foi uma passagem muito feliz, onde aprendi, onde conquistei títulos. O Palmeiras foi muito importante para o meu crescimento futebolístico e como pessoa. Aprendi muito com os treinadores e companheiros – relembra Robson, em entrevista ao ge.
Em 2020, ao chegar ao sub-20 do Verdão, viu suas oportunidades diminuírem em meio à concorrência com nomes mais renomados. A transferência para o Cruzeiro, pouco depois, marcou uma virada. Sem grande destaque em Belo Horizonte, seguiu para o Ibrachina, em São Paulo. Porém, com o tempo passando e já perto do limite da idade de base, percebeu que o sonho de atuar profissionalmente no Brasil poderia não se concretizar.
– Tomei a decisão (de ir para o Always Ready) porque era o momento de eu estrear nos profissionais em uma primeira divisão, e vi que não ia acontecer isso no Brasil, nem na primeira e nem na segunda divisão eu ia me profissionalizar. Então por isso decidi vir para cá e estrear aqui – explica.
A escolha pelo futebol boliviano revelou-se certeira. Após rápida adaptação no Always Ready, com 47 partidas, 12 gols e seis assistências, Robson conquistou uma vaga na seleção principal da Bolívia em poucos meses.
– A verdade é que eu cheguei à seleção nacional muito rápido, foi tudo rápido demais, com poucos meses – conta.
Um dos momentos mais emocionantes, segundo ele, foi ouvir a mãe chorar ao telefone ao saber que ele defenderia a seleção do país natal dela. Com a visibilidade em alta, o Bolívar, principal clube do país e ligado ao grupo City, fez uma proposta considerada alta para o mercado local: cerca de 500 mil dólares, segundo o jornal Deporte Total.
Anunciado como "uma das contratações mais destacadas para o nosso centenário", Robson rapidamente conquistou a titularidade. Agora, o duelo contra o Palmeiras representa um capítulo especial na sua trajetória.
– Enfrentar o clube em que fiquei quatro anos e que basicamente me formou é um sonho muito especial, tanto para mim quanto para minha família.
Caso marque nesta noite no Estádio Hernando Siles, em La Paz, ele admite não saber como reagirá. Mas garante: a gratidão pelo Verdão sempre fará parte de sua história.
Fonte: Jogo de Hoje 360