Presidente interino fala sobre confiança no técnico, explica caso Depay e sinaliza contratações com responsabilidade financeira: “Planejamento sem dinheiro não existe”
Fabinho Soldado ao lado do presidente em exercício Osmar Stabile — Foto: Rodrigo Coca/ Agência Corinthians
O presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, reafirmou sua confiança no trabalho do técnico Dorival Júnior, mesmo diante das recentes derrotas da equipe. Após o recesso para a disputa da Copa do Mundo de Clubes, o Timão voltou a campo com desempenho irregular: perdeu dois dos três confrontos realizados, incluindo o clássico diante do São Paulo no último fim de semana. Desde sua chegada, em abril, Dorival tem 14 partidas no comando, com seis vitórias, quatro empates e quatro derrotas, o que representa um aproveitamento de 52%.
— O Dorival está garantido. Assim como está garantido o (diretor executivo de futebol) Fabinho Soldado — declarou Stabile ao ge.
Ainda assim, o dirigente ponderou que, no futebol, a estabilidade depende dos resultados:
— Até quando você está garantido no emprego da Globo? Ninguém sabe. Não dá para prever o futuro. Futebol é resultado, eu não posso dizer o que vai acontecer daqui para frente.
Stabile ocupa temporariamente o cargo de presidente e segue no comando do clube até 9 de agosto, data marcada para a assembleia geral que definirá o futuro de Augusto Melo, alvo de um processo de impeachment.
— Estou como interino até dia 9, mas observando tudo o que está acontecendo. O clube não está largado, temos que confiar nas pessoas que estão nos cargos e acompanhar de perto. O presidente está aqui para resolver, eu tenho que presidir. O presidente não joga futebol, mas tem que ver o resultado, precisamos chegar em bons resultados — destacou.
Caso Depay e reforços
Outro ponto abordado pelo presidente foi o comportamento de Memphis Depay no último clássico. Substituído ainda no intervalo, o atacante holandês não retornou ao banco de reservas no segundo tempo e permaneceu no vestiário.
Stabile tratou o episódio com tranquilidade, minimizando qualquer possível mal-estar:
— Segundo a tradição do futebol europeu, os jogadores não têm essa preocupação de ficar no banco. A preocupação era ele estar no fechamento do vestiário após o jogo, com todos os jogadores, e isso aconteceu.
O dirigente também comentou sobre a atual situação financeira do clube e a busca por reforços, enfatizando que qualquer movimentação será feita com cautela:
— Nós estamos com a janela aberta, e a gente está trabalhando sim dentro das possibilidades do Corinthians. Quando disseram que tinha planejamento, eu falei "então está bom." Mas aí me disseram que não tinha dinheiro. Quando faz planejamento, tem que disponibilizar recurso, que é o principal. Por exemplo: eu planejo comprar uma casa, mas como compro sem dinheiro?
— Não tinha recurso, e esse trabalho a nossa diretoria está fazendo. O recurso está sendo disponibilizado para fazer contratações, mas nenhuma loucura será feita nesse momento.
Apesar dos desafios, o presidente interino demonstrou confiança em uma reestruturação mais profunda:
— O Corinthians vive um momento difícil, mas isso não vai permanecer. Estamos organizando todos os departamentos para que possa fazer uma boa gestão. Antes não tinha gestão, era aquela coisa de "barrigada", de fazer no improviso. Esse é um processo demorado, você não pega uma instituição do tamanho do Corinthians e em 40 dias vai mudar tudo. É um carro em alta velocidade que precisa trocar o pneu, ajustar motor, a suspensão... É preciso tempo. Não se faz milagre em 40 dias.
O próximo compromisso do Corinthians será nesta quarta-feira, diante do líder Cruzeiro, às 19h30, na Neo Química Arena.
Fonte: Jogo de Hoje