A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), que representa as indústrias de compensados de Palmas, Sul do Paraná, publicou nota nesta terça-feira (16), informando que 4 mil trabalhadores foram demitidos, por conta da taxação aplicada pelos Estados Unidos aos produtos madeireiros do Brasil. A entidade alerta que, caso o cenário não apresente mudanças e o governo não avance em negociações com os norte-americanos, mais demissões ocorrerão.
Segundo levantamento da Abimci junto a empresas associadas, entre 9 de julho e 15 de setembro foram registradas cerca de 4 mil demissões. Além disso, 5,5 mil trabalhadores estão em férias coletivas e outros 1,1 mil em layoff.
Layoff é uma solução temporária em que os contratos de trabalho são suspensos. Ele pode ser feito de duas formas: com a redução de salário e jornada de trabalho ou suspendendo temporariamente o contrato de trabalho.
De acordo com a Associação, caso o impasse entre Brasil e Estados Unidos se mantenha, a previsão é de até 4,5 mil novos postos de trabalho perdidos nos próximos 60 dias.
A entidade também informou que em agosto, houve queda entre 35% e 50% no volume de exportações os Estados Unidos em alguns dos principais produtos de madeira processada, em comparação com julho.
Para a Abimci, a falta de tratativas eficazes por parte do governo brasileiro agrava o problema. A entidade afirma ter apresentado dados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), reforçando a importância do setor para a balança comercial, mas cobra diálogo direto com o governo norte-americano. Segundo a Associação, a continuidade das tarifas ameaça diretamente os 180 mil empregos formais da cadeia produtiva de madeira processada no país.